Desde a sua invenção, o xadrez tem sido considerado o “jogo dos reis”, por ter como resultado de sua prática o desenvolvimento de habilidades táticas e estratégicas em seus praticantes.
Notável é o caráter democrático da prática do xadrez que não distingue sexo, idade, raça ou condição social. Do ponto de vista da psicologia, pelas características apresentadas, o xadrez é um dos jogos que mais favorecem as vivências pessoais vinculadas a representações metafóricas (fantasias) passíveis de serem transferidas. Um atleta que encara com naturalidade um desafio do jogo poderá também fazê-lo em estudos de Matemática, por exemplo, e é isso que torna este esporte uma ferramenta de ação social muito poderosa, criando oportunidades em casos de risco social e mostrando aos atletas e aprendizes novas oportunidades de se ver o mundo e de aplicar seus conhecimentos para seu próprio benefício e ao coletivo. Tanto que em 1986 a FIDE (Federação Internacional de Xadrez) e a UNESCO criaram o COMMITTEE ON CHESS IN SCHOOLS (CCS) que tem um importante papel na difusão do ensino e na democratização do xadrez enquanto instrumento pedagógico.
Do ponto de vista puramente esportivo, o xadrez tem sido difundido de forma bastante agressiva através de plataformas online, que permitem aos atletas praticar, estudar e competir em torneios que incluem atletas do mundo inteiro. Porém, no que tange ao desenvolvimento social associado à mesma prática, o esporte tem sido negligenciado por requerer um ambiente apropriado e físico para a realização de encontros e da troca de ideias de forma mais pessoal e interativa.
Assim, surgiu a ideia do projeto social de xadrez, iniciado pelo Clube de Xadrez 1.e4, sediado em Belo Horizonte, que tem como objetivo a difusão democrática do esporte em regiões de risco, como ferramenta de desenvolvimento social, e que ainda permite a prática generalizada do esporte, através da realização de oficinas, cursos e torneios.